O muecalipto
Parte 2
A menina parou por um momento e cerrou as pálpebras, bem aperta- das, fazendo mai lágrimas correrem pelo rosto já ardido de tanto chorar.
Na escuridão de seus pensamentos, iluminou-se a tela das lembranças,
como um filme que começa a ser projetado na sala escura de um cinema.
Não havia títulos nem letreiros. só havia o rosto bonito, o rosto sorridente
de Adriano.E havia ela mesma, Larinha, miúda menina, enlevada pela com-
pania da seu garoto.
O seu garoto.Seu primeiro. Primeira descorberta. Primeiro carinho. Pri-
meiroa tudo ...
O filme daquelas recordações tão queridas desonrolava-se dntro dos olhos
fechados da menina. Os dois namorados, juntinhos, mãos dadas,falandopalavras, sorrindo carinhos, sentindo um ao outro ,sozinho no mundo.
O bosque era aquele. Aquele mesmo onde ela agora chorava... e recordava.os dois embrenhados , fazendo estalar gravetos e folhas secas sob seus passos macios.
Adriano havia ecolido um eucalipto.Um dos maiores, majestoso, comprido com um mastro em busca do céu. Tirava uma chave da bolso da jaqueta e com a ponta começava a riscar casca da árvore .Um coração. Com uma flecha atravesada. Dentro dele, com capricho, duas iniciais: A e L.